ESPERA DE CUPINZEIRO
Zéberto,
nome diferente que logo descobri ser abreviação de Zé Roberto. Caboclo
franzino, de canela fina, mas mateiro atinado, vivia naquelas bandas desde que
nasceu, Seu pai morreu de chagas, com ele ainda de colo, e a mãe havia sumido
nas águas do rio, foi criado pelo velho avô, cresceu na casa simples de adobe,
coberta de palha de buriti, fazendo corpo na coalhada, no ovo caipira, no
cuscuz de milho pisado no pilão, Zéberto era andador, amansador de burro brabo,
caçador de treita, e esperador apurado, gostava de contar causos na beira do fogo, pitando um bom
palheiro, gostava de a uma pinga pra mô de esquentar o frio, principalmente da madrugada, que chovendo, fazendo frio ou
calor ele estava no curral, sempre as 4:00 da manha pra mô de ordenhar a vacada.
E
foi comendo um quarto de queixada, a beira do fogão de lenha, acompanhado de
uma boa pinga e de um bom palheiro que ele me contou esse causo que agora conto
procês....
O
sol estava a pino, embrenhava o fim de outubro, no céu nuvens negras ao longe
denunciavam a chegada das águas, época comum em que as onças beiravam as
criações, por esse ano o prejuízo foi pouco, mas mesmo assim a égua Pataca e
seu potro malhado viraram comida da gata no inicio do ano fim das águas
passadas.
A
muito o galo já tinha cantado, o leite já estava tirado, já tinha milho pros
porcos e pras galinhas, era hora de sentar no alpendre, ouvir uma boa moda no
velho rádio de pilha, e afinar o palheiro para uma boa pitada, sem falar na
beliscada na pinga brejeira, pra mó de abrir o apetite, afinal o cheiro que
saia do velho fogão de lenha ia longe bulindo com o estômo alheio.
Foi
quando a cavalo, chegou Rufino, entalhado de perneira e chapéu de couro, mais
suado que tampa de chaleira em beira de fogão aprumado de fogo alto, sem
rodeio, já foi apeando e falando..
_Tarde
compadre Zéberto, passei agora no rumo do ribeirão e lá pra cima no campo
avistei um bando de urubus revoando, deve de ter criação morta pra aquelas
bandas, é bom assuntar, mô de que nessa época o gado já anda fraco, apesar de
num demorar pra chuva moía o chão, o capim ta seco por demais e a cobraiada
anda agitada, perdi duas vacas semana passada pra diabenda da cascavel.
_Uai
Rufino, anteontem passei beirando e num ví nada, mas assim que o Jorge chegar
eu vou dar um jeito de oia, afinar daqui lá vai quase meia légua, e o veio anda
ruim das anca, pra mó de ir de montaria, chega home, vem tomar um café.
_
Não compadre, vou pegando rumo, inda vou olhar uma bizerrada e ejeitar um
colchete, os boi tão numa briga retada e aja cerca. Inté. E a galope tomou
distancia, o veio Zeberto ficou matutando, pra quelas bandas tinha umas 15
vacas anovilhada, inda sem primeira cria, e precisava ir ver o que estava
acontecendo...Deve de ser erva, ou cobra, tem base não, a coisa já num anda
boa...Eita prejuiseira braba.
Logo
depois do almoço esturrou pro rumo da cancela o ronco do motor da Bandeirante,
o Jorge, velho amigo e comprador de queijo da região, estava chegando pra pegar
os queijos da semana, e filar o almoço, que ele num é besta.
De
pança cheia, e no meio da prosa, Zé cutucou o amigo para que desse uma corona
inté o batedor pra mó de assuntar esses urubus, e se realmente tinha criação
morta, Jorge caboclo de boa serventia, num pensou meia prosa...
_Vamo
embora amigo, pega o chapéu...
E o
ronco da Bandeirante tornou a tomar conta do terreiro, fazendo a cachorrada
entrar numa latição doida....E romperam estrada afora. Logo no primeiro
colchete já se podia ver a rodia de urubus no céu, os carniceiros faziam
malabarismo no ar, uns desciam outros subiam, e o Zéberto pensativo, calado,
tirou o chapéu franziu a testa e coçou a cabeça com ar de preocupação. Jorge
apenas olhou, achou melhor nem dar pitaco, apenas acelerou a Bandeirante
fazendo a poeira subir com força e logo estavam chegando no batedor.
Jorge
parou a sombra de um belo pequizeiro, algumas novilhas logo achegaram no
batedor, com a ideia de que vieram colocar sal, dali desceram um trieiro batido
pelo gado, procurando um ponto onde podiam ver melhor a localização da carniça,
mais abaixo beirando o cerrado ralo é que devia de estar a novilha morta, ou
outro trem qualquer que atinou o interesse dos urubus.
Seguiram
o trieiro batido, beirando uns pé de baru, inté chegar no bebedor, de lá
passaram pela campina, ali já se podia ver os urubus pousados em um carvoeiro
baixo e franzino, curiando o que seria o futuro banquete.
Os
oio bateram no amassador, capim bagunçado de briga e logo de longe deu-se o
leriato....Foi onça.
A
bruta tinha matado a novilha a uns 60 metros, e carregou inté a sombra de uma
lobeira erada, pelo amassador do capim isso foi a dois dias, comeu bem da
novilha, principalmente no pescoço e vazio. Fazendo o levantamento do caso
Zeberto já deu o diagnostico. Ela tá vindo lá do capão de cruz, e pelo batido
inda vorta pra mó de comer hoje, inté o quarto dia no máximo ela ainda vai
comer aqui, vamo sair pra mó de num deixar nossa catinga, e se fastaram
matutando .
_Trem
esquisito, basta começar as águas que a pintada aparece, todo ano é beirando o
inico e no fim das águas que elas pegam criação...
_Importa
não Jorge, essa vai pagar caro por essa armoço, se oce for pernoitar oce me
traz no fim da tarde que eu vou esperar ela vir jantar e ajeitar a vinte na
costela dela.
_Esquenta
não Zéberto, vou levar os queijos e lá pras 3:30 eu to de volta e te trago pra
mó de acertar as contas com essa treiteira.
Entraram
na velha Bandeirante e voltaram no rastro de casa, chegando lá Jorge parou
beirando o colchete, e Zéberto desceu calado, com cara de quem logo a noite
acertaria esse desarranjo, passou o arame, agradeceu ao amigo e rompeu pro
barraco.
Chegando
lá, um improviso tomou conta do terreiro, Dona Maria gritava com os cachorros,
que batiam firme com uns porcos que
tinham fugido do chiqueiro, era leitão pra todo lado ai foi aquele Deus nos
acuda, corre pra aqui, corre pra acolá, e pega leitão e ajeita a porta do
chiqueiro, e nessa bagunça a hora andou sem dar noticia.
Quando
o ronco da Bandeirante chegou aos ouvidos do Zé junto com a buzina e o grito do
Jorge....
Simborrrrrrrrrrrrrrrra
home..
Então
o Zéberto na agonia apenas entrou em casa, pegou o bornal, a lanterna, um
carote d’água e a velha espingarda de cano paralelo calibre 20, correu pelo
terreiro ajeitando o chapéu, passou o arame e entrou na Bandeirante, que num
solavanco seguiu a estrada rumo ao local da espera da onça.
Chegando
lá Jorge nem desligou o motor, apenas contratou em vorta as 10:00 para buscar o
companheiro, hora em que a lua ia lumiar o mundo, e foi logo fazendo a manobra
deixando somente a poeira para tráz.
Então
o velho esperador desceu o trieiro inte chegar na carniça da novilha, chegando
lá é que ele percebeu que no momento que teve no local de tão desatinado, num tinha percebido que
num tinha arvore para subir, algumas lobeiras e uns carvoeiros, o que dava rede
batia a mais de 60 metros da carniça,
muito longe pra velha vinte, o que restava era um grande cupinzeiro de mais de
metro e meio a uns 15 metros da finada novilha.
Então
não vendo outra solução, encostou a traia no cupinzeiro sacou do facão e logo a
frente arrancou alguns galhos de lobeira, dos pés mais longe e trouxe pra
próximo do cupim, então com o facão limpou a base do cupim de forma a ficar
sentado, trançou os galhos de lobeira por cima a fim de fazer uma chocha, o sol
já abeiçava os morros e a luz já estava fraca, entrou na chocha e sentou encostando a costela no cupinzeiro, suado,
puxou o bornal, tomou um pouco d’água, abriu a vinte para municia-la, quando
foi ao bolso do bornal pegar os cartuchos uma surpresa, na agonia da saída não
conferiu a tralha e tinha somente dois cartuchos, um 3T e um chumbo cinco.
A
cabeça pesou. Virgem Maria, e agora?
Como
a noite já passava o beiço no dia, e não tinha como voltar a trás, o jeito era
ficar ali esperando o Jorge voltar as 10:00 e torcer pra bruta desistir do
jantar ou mesmo, cair com um único disparo de 3T, então era preciso destreza,
ficar atendo para fazer a coisa certa, uma dose de afobação poderia botar a
perder tanto a labuta, como deixar Dona Maria viúva e fazer do veio Zéberto, janta de onça.
Com o
desespero do pensamento vagabundando em tantas preocupações, a hora num passa, demorou para escurecer de
verdade, inda mais pra chegar as sete, e nada de chegar as oito, quieto , a
atento a qualquer movimento, confiando de estar seguro por estar sentado com as
costas apoiada do cupinzeiro e com a vinte a ponto de tiro mirada pro rumo da
carniça, em um cano o 3T e no outro o chumbo 5, ele mal respirava, sabia que a
bicha de rabo mole, andava mansa, com pé de veludo.
A
hora passou devagar com o silêncio sendo quebrado de vez ou outra pelo cantar
do curiango, lá pras beira das nove horas ele escutou a buia, não a buia de
andado, nem de mexeção no mato, mas de dente quebrando osso, levantou a vinte
bem devagar, nesse momento o barulho quietou, aprumou a cartucheira no rumo
certo e acendeu a velha lanterna laqueada de foco fino, abastecida de pilha
fraca, aquela luz mal rompia 15 metros, mas pra surpresa e susto do veio
Zeberto que foi grande por demais, a bruta já tava a uns 4 metros dele, atraída pelo pouco
barulho do movimento do experiente esperador.
O
corpo gelou, as pernas tremeram e a boca azedou de travar os dentes, mas o
pensamento foi rápido......Tibummmmmmmmmmmmm, foi o disparo de 3T, e antes
mesmo da fumaça dissipar, Zeberto já tinha pulado por cima do cupinzeiro e
corrido pra mais de cem metros, com a boca seca e sem voz, ele prumava a
lanterna tentando ver o que tinha ocorrido, sem surgir resultado, resolveu se
prevenir e empoleirou feito gato corrido na primeira arvore que arranjou,
escalou até a copa, que já envergava por não aguentar o seu peso.
Ali
ficou um bom tempo inté que o veio coração voltasse a compassar corretamente as
batidas, a saliva voltasse pra boca e a
voz ecoasse novamente, como a lua já começava a querer pontar, e não tinha mas
mensão de nada, já mais calmo resolveu descer.
Foi
de ponta e pé, levantando a lanterna e com a 20 empulhada, com o último
cartucho, preparado pra pena de chumbo 5, afinal era seu único recurso, o foco fraco de luz não
alcançava ponto, e a angustia prendeu seu folego, mas mesmo assim continuou
rompendo, inté que chegando perto do cupinzeiro viu a gata caída em meio ao melado,
ainda tremendo a pata traseira, mas pra num perder a viagem desferiu mais um
disparo meio que a queima roupa...Tibummmmmmm.
Foi
cessar o romper do tiro que o ronco da Bandeirante suou em seus ouvidos e
olhando para trás pode ver a luz distante do farol que comia a estrada, o susto
já tinha passado, chegou para conferir o mal feito, era um macho veio, bruto de
grande, o tiro pegou na maça do peito fechando toda cara do gato, gato comedor
de criação de quem sabe até de gente.
Suas
pernas ainda tremiam, nunca em sua lida de mata tinha passado tanto medo, de
certo não borrou as calça por falta do produto está pronto, sentou-se para se
reanimar, quando o motor da Bandeirante parou e Jorge já vinha descendo o
trieiro de lanterna na mão.
Zeberto sentado do lado a bruta ainda buscava
se recuperar, quando Jorge assustado gritou.
_
Cebesta, compadre do céu....Hommmmmi, e gata bruta...
_ Tá
ai compadre, falei procê, que de hoje ela num passava....
_
Mais compadre ocê num teve medo não?
_
Medo eu, que medo o quê homi....Aqui é Zeberto, veio matuto, corajoso e esperador de onça, esperador de cupinzeiro.....kkkkkkkkkkk.
Bello
30/10/13
O RETORNO
Sentado a sombra da Ingazeira com um pano embebido em óleo nas
mãos eu limpava a velha CZ, ia tateando cada pedaço da menina, assim como fazia
nas noites frias de aguardo, enquanto os ouvidos buscavam distinguir o que
vinha, e por onde vinha, com seu pisado manso e desconfiado, sempre atento ao
cheiro, ou a qualquer movimento diferente que anunciava perigo.
Ao meu lado a tralha já toda arrumada para ser embarcada,
acabava mais uma empreitada, meus pensamentos andavam longe, vagabundando sem
rumo, tentando domar o coração que se desatinava nessas hora, eu sentia isso
sempre e sabia como era difícil esse momento, então para acalmar a alma e fugir
um pouco da dor, meus olhos buscaram ao
longe a mata que sumia a vista, intocada, imponente e cheia de mistérios, infelizmente
era a hora da partida, e o peito doía com milhões de sentimentos e sensações.
A beira do pequeno córrego de água cristalina o acampamento
já não existia mais, ficou somente o chão marcado pelo nosso vai e vem, na areia a marca das barracas, o giral, e os troncos trabalhados da cozinha,
nesse momento meus pensamentos foram quebrados pelo grito do companheiro.
_ Simbora home....
Sabia que não tinha mais como protelar o que já não tinha
remédio, o sonho tinha acabado, era assim o sentimento, como se tudo que
aconteceu foi apenas ums sonho e agora eu estava despertando, sem mais demora
ensaquei a velha CZ, e embarquei a
tralha na nave que nos levaria a outro mundo, o mundo do corre corre, da
agitação das capitais, do homem sem tempo, sem calor, que vive feito máquina em
milhões de afazeres.
Os dias que ali passamos voaram, tão rápido feito o voo da
pomba verdadeira no fim de tarde, e de tudo que tínhamos planejado fazer, não
fizemos nem a metade, é sempre assim nunca dá tempo pra nada, na euforia da
alegria, a semana se torna um dia e o dia se amiúda em poucas horas, isso nos
leva ao limite da nossas forças, pois na ânsia de conseguir realizar o que
imaginamos corremos contra o próprio tempo, mal amanhece, logo escurece e a
noite passa rasteira, e o dia se consome novamente e assim vai-se o prazo da
estadia.
O
barulho do motor atinava o consciente de que não tinha mais como segurar o
tempo, era chegada a hora de partir, sentado na carroceria meus olhos via a
mata que aos poucos ia ficando para trás, os pássaros em revoada parecia nos
dizer adeus, ou melhor. Até a próxima companheiro.
Depois
de um bom tempo, chegamos ao colchete de onde já se avistava o telhado da sede
da fazenda e a cobertura do curral, a cor vermelha das telhas misturado ao limo
de muitas aguas destacavam entre o verde, ainda era bem cedinho e o Zé tinha
acabado de tirar o leite, e atinado com o barulho do motor mesmo com o balde na
mão, ele acenou e correu para abrir a
cancela, chegávamos a cede da fazenda, era hora de agradecer e nos despedir.
O tempo é assim escoa pelos dedos da gente, é sem tato e sem
prumo, desavisado, o tempo é difícil de descrever, mas é a mão de Deus a tudo
leva, a tudo consome, nada resiste a sua força.
Chegou a hora mais difícil, os olhos se enchem d’água, vem a
sensação de que é a ultima vez que a
gente tá vendo aquele povo, gente que
tanto nos trouxe alegrias e bons momentos, ai vem o café, o cheiro da fumaça do fogão de lenha, o
abraço, o aperto de mão e a promessa de que em breve, assim que a vida deixar a
gente volta para rever os amigos e para uma nova empreita, falar isso era dar
esperança ao velho coração mateiro, coração que vinha sofrendo a muitos anos por ter o sentido
das matas e da roça encravados no seu interior, mas que o destino infelizmente
o fez nascer e fincar raízes na cidade grande, sim, era o meu coração que já
começava a chorar por saber que estava deixando tudo aquilo pra trás.
Mais uma vez o barulho do motor me chamava, um a um entramos
na caminhonete, com as mãos abanando pela janela mais um adeus, e devagar fomos
seguindo a estrada, a poeira cobria a paisagem da casa da fazenda como que
soubesse da dor que açoitava meu peito na hora da partida, como se tentasse
apagar na minha memoria aquele momento difícil, escondendo o que estava ficando
para trás.
E o carro pegava velocidade, e tudo ia se desfazendo, pela
janela eu olhava as campina, e contemplava o quanto é gigantesco esse meu
Goiás, onde as matas somem na vista, emendando uma nas outras em um emaranhado
sem fim, de repente o carro parou, perdido em pensamentos nem tinha percebido o
tanto que já havíamos rodado, já estávamos na cancela que demarcava a entrada
da fazenda.
Eu
desci para abrir a cancela, quantas vezes minha mão tocou a madeira trabalhada
da entrada da fazenda, e veio o disparate no desatino de pensar, parece que foi
agora mesmo que estávamos chegando, todos alegres ao som da boa musica
sertaneja...
Será que voltarei aqui novamente ? Matutou meus pensamentos.
Era a ultima visão que eu teria daquele lugar, aquela paisagem era mágica, a serra ao longe
coberta de mata e regada de córregos e riachos, moradia das pacas veiacas,
cotias briguentas, dos mateiros fantasmas, dos queixadas bandoleiros, e de muitos
outros moradores, tudo parecia tão distante, em pensar que na noite passada eu
estava empoleirado no meio daquelas brenhas escutando o romper cauteloso das
listradas que na madrugada infestavam os trieiros, e que agora estou aqui tão
distante, fechando a porteira , como se fechasse todo aquele mundo em uma caixa
de papelão, com a esperança de em um breve retorno abrir e encontrar tudo
novamente da maneira que deixei.
E
seguimos a viagem e a cada quilometro a civilização ia mostrando a sua cara,
primeiro o asfalto, depois as pequenas currutela, depois as pequenas cidades,
aos poucos os carros iam aumentando em numero, e logo ao longe uma multidão de luzes
anunciava que estávamos chegando a capital, agora era carros aos milhares, bozinas, e
converseiro de gente, o rádio já dava a noticia de mais um acidente, de mais
uma assalto, de mais uma mazela.
E mais uma vez meu coração mateiro se sente apertado, sou
como um estranho no ninho, a sensação é que aqui não é o meu lugar, sei que os
afazeres e as correntes da vida me prendem aqui, por isso meus olhos se enchem d´água,
e me seguro na esperança, na esperança de no menor tempo possível, bem mais
breve que eu possa imaginar, vou estar novamente ajeitando minha tralha e
retornarei a mata que é o meu verdadeiro lugar, nada melhor que isso para fugir
dessa ilusão tão dolorosa chamada cidade.
Bello 21-05-2014
muito bom!
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